Phantom Gate Community - HIM PT Primeira Comunidade Portuguesa de Fãs de HIM |
| | Um poema da tua vida | |
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+5Lizbeth Freyja PT-ZIM- vampire heart Lady Amdis 9 participantes | Autor | Mensagem |
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Lady Amdis Admin
Mensagens : 230 Data de inscrição : 04/09/2007 Localização : Lisboa, Portugal
| Assunto: Um poema da tua vida Qua Set 05, 2007 8:38 pm | |
| Assim como existem músicas que nos dizem muito, também existem poemas... Um dos poemas da minha vida é: Assentado à sombra da minha alaranjeira Tou pensande no que eidescrever Ta uma noite tâ bela Que so me da para parvoeira dizer Num sei como á sombra se pode estar Quando ja passam das nove da noite Tambem nao me interessa, toum a lixar So vim para lhe dar um...beijoite Vampire Heart - O Poeta do séc. XXI Copyright, direitos reservados † Diz-me um dos poemas da tua vida | |
| | | vampire heart Admin
Mensagens : 719 Data de inscrição : 04/09/2007
| Assunto: Re: Um poema da tua vida Seg Set 10, 2007 11:09 pm | |
| LOl eu conheço esse poema de algum lado dona administradora.
From childhood's hour I have not been As others were; I have not seen As others saw; I could not bring My passions from a common spring.
From the same source I have not taken My sorrow; I could not awaken My heart to joy at the same tone; And all I loved, I loved alone.
Then- in my childhood, in the dawn Of a most stormy life- was drawn From every depth of good and ill The mystery which binds me still:
From the torrent, or the fountain, From the red cliff of the mountain, From the sun that round me rolled In its autumn tint of gold, From the lightning in the sky As it passed me flying by,
From the thunder and the storm, And the cloud that took the form (When the rest of Heaven was blue) Of a demon in my view.
Edgar Allan Poe - Alone | |
| | | PT-ZIM- HIM Fan
Mensagens : 10 Data de inscrição : 24/11/2007
| Assunto: Re: Um poema da tua vida Sáb Nov 24, 2007 6:55 pm | |
| poema da minha vida?
ainda estou por o escrever xD | |
| | | PT-ZIM- HIM Fan
Mensagens : 10 Data de inscrição : 24/11/2007
| Assunto: Re: Um poema da tua vida Sáb Nov 24, 2007 6:56 pm | |
| - Lady Amdis escreveu:
- Assim como existem músicas que nos dizem muito, também existem poemas...
Um dos poemas da minha vida é:
Assentado à sombra da minha alaranjeira Tou pensande no que eidescrever Ta uma noite tâ bela Que so me da para parvoeira dizer
Num sei como á sombra se pode estar Quando ja passam das nove da noite Tambem nao me interessa, toum a lixar So vim para lhe dar um...beijoite
Vampire Heart - O Poeta do séc. XXI Copyright, direitos reservados †
Diz-me um dos poemas da tua vida Lindo és o maior Vampire Heart! se HIM viesse cá, ia-te pedir um autografo e um beijinho amore (ia ser algo mt à moda tuga) | |
| | | Lady Amdis Admin
Mensagens : 230 Data de inscrição : 04/09/2007 Localização : Lisboa, Portugal
| Assunto: Re: Um poema da tua vida Dom Nov 25, 2007 1:39 pm | |
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| | | vampire heart Admin
Mensagens : 719 Data de inscrição : 04/09/2007
| Assunto: Re: Um poema da tua vida Dom Nov 25, 2007 3:10 pm | |
| Fui renovar o BI e tenho 1,72.... aiiii infelicidade! snif... mas agradeço o reconhecimento pela minha parte poética XD | |
| | | Freyja Endless Dark
Mensagens : 465 Data de inscrição : 19/06/2010 Idade : 35 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Um poema da tua vida Dom Jun 20, 2010 2:45 am | |
| É dificil escolher apenas um, mas talvez o Annabel Lee do Edgar Allan Poe, traduzido pelo Fernando Pessoa, para quem não conhece, aqui fica:
"Foi há muitos e muitos anos já, Num reino de ao pé do mar. Como sabeis todos, vivia lá Aquela que eu soube amar; E vivia sem outro pensamento Que amar-me e eu a adorar.
Eu era criança e ela era criança, Neste reino ao pé do mar; Mas o nosso amor era mais que amor -- O meu e o dela a amar; Um amor que os anjos do céu vieram a ambos nós invejar.
E foi esta a razão por que, há muitos anos, Neste reino ao pé do mar, Um vento saiu duma nuvem, gelando A linda que eu soube amar; E o seu parente fidalgo veio De longe a me a tirar, Para a fechar num sepulcro Neste reino ao pé do mar.
E os anjos, menos felizes no céu, Ainda a nos invejar... Sim, foi essa a razão (como sabem todos, Neste reino ao pé do mar) Que o vento saiu da nuvem de noite Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor De muitos mais velhos a amar, De muitos de mais meditar, E nem os anjos do céu lá em cima, Nem demônios debaixo do mar Poderão separar a minha alma da alma Da linda que eu soube amar.
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos Da linda que eu soube amar; E as estrelas nos ares só me lembram olhares Da linda que eu soube amar; E assim 'stou deitado toda a noite ao lado Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado, No sepulcro ao pé do mar, Ao pé do murmúrio do mar. " | |
| | | Lizbeth Buried Alive By Love
Mensagens : 201 Data de inscrição : 19/03/2008 Idade : 32 Localização : Vila Franca de Xira / Lisboa
| Assunto: Re: Um poema da tua vida Dom Jul 04, 2010 9:24 pm | |
| - Freyja escreveu:
- Annabel Lee do Edgar Allan Poe
O CD The Emptiness dos Alesana e baseado nesse belissimo poema | |
| | | Freyja Endless Dark
Mensagens : 465 Data de inscrição : 19/06/2010 Idade : 35 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Um poema da tua vida Qui Jul 15, 2010 4:12 pm | |
| Felizmente há muias bandas que se inspiram em Edgar Allan Poe. | |
| | | ZeCorvo Beyond Redemption
Mensagens : 165 Data de inscrição : 22/10/2008 Idade : 37 Localização : Vila Real(2ª a 6ª)/ Amarante(fim de semana)
| Assunto: Re: Um poema da tua vida Ter Jul 27, 2010 5:06 pm | |
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Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste, Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais, E já quase adormecia, ouvi o que parecia O som de alguém que batia levemente a meus umbrais «Uma visita», eu me disse, «está batendo a meus umbrais. É só isso e nada mais.» Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro, E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais. Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada P'ra esquecer (em vão) a amada, hoje entre hostes celestiais — Essa cujo nome sabem as hostes celestiais, Mas sem nome aqui jamais!
Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais! Mas, a mim mesmo infundindo força, eu ia repetindo, «É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais; Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais. É só isso e nada mais».
E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante, «Senhor», eu disse, «ou senhora, decerto me desculpais; Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo, Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais, Que mal ouvi...» E abri largos, franquendo-os, meus umbrais. Noite, noite e nada mais.
A treva enorme fitando, fiquei perdido receando, Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais. Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita, E a única palavra dita foi um nome cheio de ais — Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais. Isto só e nada mais.
Para dentro estão volvendo, toda a alma em mim ardendo, Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais. «Por certo», disse eu, «aquela bulha é na minha janela. Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais.» Meu coração se distraía pesquisando estes sinais. «É o vento, e nada mais.»
Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça, Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais. Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento, Mas com ar solene e lento pousou sobre meus umbrais, Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais. Foi, pousou, e nada mais.
E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura Com o solene decoro de seus ares rituais. «Tens o aspecto tosquiado», disse eu, «mas de nobre e ousado, Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais! Diz-me qual o teu nome lá nas trevas infernais.» Disse-me o corvo, «Nunca mais».
Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro, Inda que pouco sentido tivessem palavras tais. Mas deve ser concedido que ninguém terá havido Que uma ave tenha tido pousada nos seus umbrais, Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais, Com o nome «Nunca mais».
Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto, Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais. Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento Perdido, murmurei lento, «Amigo, sonhos — mortais Todos — todos lá se foram. Amanhã também te vais». Disse o corvo, «Nunca mais».
A alma súbito movida por frase tão bem cabida, «Por certo», disse eu, «são estas vozes usuais. Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais, E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais Era este «Nunca mais».
Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura, Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais; E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira Que qu'ria esta ave agoureira dos maus tempos ancestrais, Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais, Com aquele «Nunca mais».
Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo À ave que na minha alma cravava os olhos fatais, Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando No veludo onde a luz punha vagas sombras desiguais, Naquele veludo onde ela, entre as sombras desiguais, Reclinar-se-á nunca mais!
Fez-me então o ar mais denso, como cheio dum incenso Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais. «Maldito!», a mim disse, «deu-te Deus, por anjos concedeu-te O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais, O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!» Disse o corvo, «Nunca mais».
«Profeta», disse eu, «profeta — ou demónio ou ave preta! Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais, Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais, Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!» Disse o corvo, «Nunca mais».
«Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!, eu disse. «Parte! Torna à noite e à tempestade! Torna às trevas infernais! Não deixes pena que ateste a mentira que disseste! Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!» Disse o corvo, «Nunca mais».
E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais. Seu olhar tem a medonha dor de um demónio que sonha, E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão mais e mais, E a minh'alma dessa sombra, que no chão há mais e mais, Libertar-se-á... nunca mais!
"O Corvo" de Edgar Allan Poe traduzido por Fernando Pessoa
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| | | tatianaf Soul on Fire
Mensagens : 3043 Data de inscrição : 28/04/2009 Idade : 42 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Um poema da tua vida Qua Jul 28, 2010 8:37 pm | |
| - ZeCorvo escreveu:
Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste, Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais, E já quase adormecia, ouvi o que parecia O som de alguém que batia levemente a meus umbrais «Uma visita», eu me disse, «está batendo a meus umbrais. É só isso e nada mais.» Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro, E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais. Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada P'ra esquecer (em vão) a amada, hoje entre hostes celestiais — Essa cujo nome sabem as hostes celestiais, Mas sem nome aqui jamais!
Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais! Mas, a mim mesmo infundindo força, eu ia repetindo, «É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais; Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais. É só isso e nada mais».
E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante, «Senhor», eu disse, «ou senhora, decerto me desculpais; Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo, Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais, Que mal ouvi...» E abri largos, franquendo-os, meus umbrais. Noite, noite e nada mais.
A treva enorme fitando, fiquei perdido receando, Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais. Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita, E a única palavra dita foi um nome cheio de ais — Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais. Isto só e nada mais.
Para dentro estão volvendo, toda a alma em mim ardendo, Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais. «Por certo», disse eu, «aquela bulha é na minha janela. Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais.» Meu coração se distraía pesquisando estes sinais. «É o vento, e nada mais.»
Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça, Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais. Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento, Mas com ar solene e lento pousou sobre meus umbrais, Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais. Foi, pousou, e nada mais.
E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura Com o solene decoro de seus ares rituais. «Tens o aspecto tosquiado», disse eu, «mas de nobre e ousado, Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais! Diz-me qual o teu nome lá nas trevas infernais.» Disse-me o corvo, «Nunca mais».
Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro, Inda que pouco sentido tivessem palavras tais. Mas deve ser concedido que ninguém terá havido Que uma ave tenha tido pousada nos seus umbrais, Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais, Com o nome «Nunca mais».
Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto, Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais. Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento Perdido, murmurei lento, «Amigo, sonhos — mortais Todos — todos lá se foram. Amanhã também te vais». Disse o corvo, «Nunca mais».
A alma súbito movida por frase tão bem cabida, «Por certo», disse eu, «são estas vozes usuais. Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais, E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais Era este «Nunca mais».
Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura, Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais; E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira Que qu'ria esta ave agoureira dos maus tempos ancestrais, Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais, Com aquele «Nunca mais».
Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo À ave que na minha alma cravava os olhos fatais, Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando No veludo onde a luz punha vagas sombras desiguais, Naquele veludo onde ela, entre as sombras desiguais, Reclinar-se-á nunca mais!
Fez-me então o ar mais denso, como cheio dum incenso Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais. «Maldito!», a mim disse, «deu-te Deus, por anjos concedeu-te O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais, O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!» Disse o corvo, «Nunca mais».
«Profeta», disse eu, «profeta — ou demónio ou ave preta! Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais, Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais, Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!» Disse o corvo, «Nunca mais».
«Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!, eu disse. «Parte! Torna à noite e à tempestade! Torna às trevas infernais! Não deixes pena que ateste a mentira que disseste! Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!» Disse o corvo, «Nunca mais».
E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais. Seu olhar tem a medonha dor de um demónio que sonha, E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão mais e mais, E a minh'alma dessa sombra, que no chão há mais e mais, Libertar-se-á... nunca mais!
"O Corvo" de Edgar Allan Poe traduzido por Fernando Pessoa Li alguns dos poemas de Fernando Pessoa, mas esta tradução/verção do poema de Edgar A. Poe está muito bem feito, mesmo á Pessoa Gostei:) | |
| | | Freyja Endless Dark
Mensagens : 465 Data de inscrição : 19/06/2010 Idade : 35 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Um poema da tua vida Qui Jul 29, 2010 4:00 pm | |
| Penso que já li outra versão do poema, mas não me lembro por quem foi traduzido. | |
| | | falling The Path
Mensagens : 379 Data de inscrição : 07/03/2008 Localização : CBT
| Assunto: Re: Um poema da tua vida Seg Ago 02, 2010 5:25 am | |
| Como eu não possuo
"Olho em volta de mim. Todos possuem Um afecto, um sorriso ou um abraço. Só para mim as ânsias se diluem E não possuo mesmo quando enlaço.
Roça por mim, em longe, a teoria dos espasmos golfados ruivamente; São êxtases da cor que eu fremiria, mas minh´alma pára e não os sente!
Quero sentir. Não sei ... perco-me todo ... Não posso afeiçoar-me nem ser eu: Falta-me egoísmo para ascender ao céu, falta-me unção p'ra me afundar no lodo.
Não sou amigo de ninguém. P'ra o ser forçoso me era antes possuir quem eu estimasse - ou homem ou mulher, e eu não logro nunca possuir!...
Castrado de alma e sem saber fixar-me, tarde a tarde na minha dor me afundo ... Serei um emigrado doutro mundo que nem na minha dor posso encontrar-me ?
Como eu desejo a que ali vai na rua, Tão ágil, tão agreste, tão de amor .... Como eu quisera emaranhá-la nua, Bebê-la em espasmos de harmonia e cor ! ...
Desejo errado... se a tivera um dia, toda sem véus, carne estilizada Sob o meu corpo arfando transbordada Nem mesmo assim – ó ânsia! – eu a teria...
Eu vibraria só agonizante Sobre o seu corpo de êxtases doirados, Se fosse aqueles seios transtornados Se fosse aquele sexo aglutinante ...
Do embate ao meu amor todo me ruo, E vejo-me em destroço até vencendo: É que eu teria só, sentindo e sendo Aquilo que estrebucho e não possuo. " da autoria de Mário Sá-Carneiro
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| | | falling The Path
Mensagens : 379 Data de inscrição : 07/03/2008 Localização : CBT
| Assunto: Re: Um poema da tua vida Seg Ago 02, 2010 5:40 am | |
| olá philiz, ah ah eu acho que é, pelo menos para mim. é dos meus preferidos mas gosto muito dele, sou suspeita. | |
| | | tatianaf Soul on Fire
Mensagens : 3043 Data de inscrição : 28/04/2009 Idade : 42 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Um poema da tua vida Seg Ago 02, 2010 11:35 am | |
| Também gostei do poema | |
| | | Freyja Endless Dark
Mensagens : 465 Data de inscrição : 19/06/2010 Idade : 35 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Um poema da tua vida Seg Ago 02, 2010 6:45 pm | |
| - PhiLiz escreveu:
- Depois dos clichés finalmente algo interessante. Mário de Sá-Carneiro é um gigante. Apesar de um excelente poema não é dos melhores, o que diz tudo sobre a qualidade do resto da obra poética do autor em questão.
Até podem ser clichés, mas não deixam de ser bons poemas. | |
| | | Freyja Endless Dark
Mensagens : 465 Data de inscrição : 19/06/2010 Idade : 35 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Um poema da tua vida Ter Ago 03, 2010 7:58 pm | |
| Apenas dei a minha opinião... | |
| | | _:natasha:_ Salt In Our Wounds
Mensagens : 54 Data de inscrição : 27/02/2011 Idade : 36 Localização : Faro
| Assunto: Re: Um poema da tua vida Sáb Mar 26, 2011 2:32 am | |
| Um Poema que me apaixona é o "Cântico Negro" do José Régio: - Citação :
- "Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros De que seria bom que eu os ouvisse Quando me dizem: "vem por aqui!" Eu olho-os com olhos lassos, (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços) E cruzo os braços, E nunca vou por ali... A minha glória é esta: Criar desumanidades! Não acompanhar ninguém. — Que eu vivo com o mesmo sem-vontade Com que rasguei o ventre à minha mãe Não, não vou por aí! Só vou por onde Me levam meus próprios passos... Se ao que busco saber nenhum de vós responde Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos, Redemoinhar aos ventos, Como farrapos, arrastar os pés sangrentos, A ir por aí... Se vim ao mundo, foi Só para desflorar florestas virgens, E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem Para eu derrubar os meus obstáculos?... Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós, E vós amais o que é fácil! Eu amo o Longe e a Miragem, Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas, Tendes jardins, tendes canteiros, Tendes pátria, tendes tetos, E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios... Eu tenho a minha Loucura ! Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura, E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios... Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém! Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; Mas eu, que nunca principio nem acabo, Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções, Ninguém me peça definições! Ninguém me diga: "vem por aqui"! A minha vida é um vendaval que se soltou, É uma onda que se alevantou, É um átomo a mais que se animou... Não sei por onde vou, Não sei para onde vou Sei que não vou por aí! | |
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| Assunto: Re: Um poema da tua vida | |
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| | | | Um poema da tua vida | |
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